PALAVRAS AMIGAS

Tenho amigo doutô. Um deles é da Astrofísica. No momento, 16 anos. Uma amizade que já começou de forma cômica. O primeiro momento marcante que lembro ao seu lado, também é o primeiro momento marcante que tive com algum dos amigos nos idos de 2006. Eu estava sendo submetido a um trote. Início do ensino médio.

Em determinado momento eu já estava curtindo a "brincadeira" no espírito do "se não pode com eles, junte-se a eles". Na realidade existiu um momento marcante anterior, compartilhado por todos os outros meninos do grupo, com exceção do nosso outro doutô, do qual seu corte (falta de) de cabelo foi responsável por pensarmos se tratar de mais uma menina na sala da Eletrônica. Mas essa história vou deixar para outro post, sobre situações marcantes envolvendo a juba de nosso primeiro amigo doutô em História (é que daqui a algum tempo, talvez tenhamos outro).

Voltando à constelação desse post, estava lá eu tentando me comunicar em alto e bom som com Mestre Splinter num dos ralos do bosque interno do campus. Vários chamados de socorro às Tartarugas Ninjas. Sem sucesso, vários xingamentos. No último caso, já fazendo parte da minha improvisação peculiar para lidar com essas situações -- utilizando meu humor -- também peculiar, em especial àquela época.

Conversa vai conversa vem, entre quatro e cinco anos se passam e estamos juntos estudando Física. Você na faculdade de Astronomia, eu, Engenharia de Telecomunicações. Ainda compartilhando ementas dos respectivos ciclos básicos, não obstante, gostavamos de um bom livro classicão com conteúdo sólido e, que de preferência, tenha passado pela formação e aprovação de nossos role models.

À época, você já possuía em sua biblioteca, aquela delícia de Feynman Lectures em três tomos, e eu já tinha pagado parte do salário da nossa querida amiga (namorada do outro doutô) em compras na El-Dourado, bem antes de se quer a conhecermos. Compensva as frustrações da engenharia comprando vários livros de exatas naquele sebo (um deles sendo o famoso Butkov).

Mas para aquele cíclo de estudos, estavamos usando principalmente o único livro sério que vi na vida publicado durante um bom tempo através de cópias do manuscrito original, em letras cursivas. Do nome do autor desse, retiramos, meio que simultaneamente, nossa primeira expressão que, assim como uma "piada interna" tinha entendimento limitado: a nós mesmos.

Um pouco mais à frente, já tento os dois ultrapassado o ciclo básico, porém ainda fazendo o Cálculo mais brabo da faculdade, com variáveis complexas, usamos um pouco do Butkov e tentávamos ter uma compreensão teórica expandida vendo um pouco do que tinha nos livros que lidavam com a Física "Mudérna".

Nesse último período, para refrescar a cuca, escutávamos um pouco (bastante) de Zé Ramalho. Ao analisar a letra de uma de susas músicas, nos apegamos a expressão que a entitula. Expandimos com mais uma palavra nosso vocabulário particular. Embora com palavra emprestada, com significância própria.

Acelerando, e muito, para os dias atuais, velozmente apocalípticos, em algum momento comecei a usar o (antigo) nome científico de um animal associado a uma das "prágas do Egito". Percebi que você também começou a usá-la comigo, inclusive lançando mão de representação gráfica inerente aos atuais meios de comunicação. Eu costumo também acrescer a palavra original do adjetivo "VOADORES". Além de fazer parte do meu humor peculiar, também reflete -- creio -- e da mesma forma, sua rápida co-adoção do termo original, à associão inconscitente dos tempos apocalípticos, manifestada linguisticamente.


Matando a curiosidade de quem chegou até aqui sem se precipitar, aí estão os termos, em ordem cronológica e suas respectivas explicações gráficas.


POYSÉS 





AVOHAI


BATRÁQUIO 🐸🐸🐸🐸🐸